Análise da Carteira de Investimentos Bizz Invest – Parte II
Olá amigos do blog,
Vamos dar sequência a análise da carteira de investimentos do Blog em 2014. Se você não leu o primeiro artigo sugiro que leia.
Você pode estudar diversos tipos de investimentos, ler livros, fazer os melhores treinamentos e traçar o seu plano de enriquecimento. Mas, como um famoso empreendedor digital e ex-funcionário de um banco de investimentos disse uma vez.
Nenhum plano sobrevive ao campo de batalha
(Érico Rocha)
É verdade, somente montando sua carteira e analisando sua performance ano a ano fará você atingir o próximo nível de educação financeira. Você pode até achar isso um pouco filosófico mas é assim que os grandes investidores trabalham.
A análise da carteira de investimentos nos trará as seguintes e, importantíssimas, respostas às seguintes perguntas sobre nossos investimentos.
- O que deu certo?
- O que deu errado?
- Quais são as lições aprendidas?
A cada análise, a cada lucro, a cada prejuízo uma lição. Vamos agora ver as lições aprendidas na carteira Bizz Invest
Resultado da carteira de investimento por classe de ativos
Para nos situarmos vou trazer um gráfico do artigo anterior
Agora vamos ver a performance por classe de ativo para entender o que aconteceu.
Análise por classe de ativo.
Ações
Carteira Bizz Invest: 6,28%
Ibovespa: -2,90%
Lições Aprendidas
A lição aprendida neste ano foi um risco que é pouco debatido, o risco “fiscal”.
As empresas trabalham com o planejamento tributário “no limite” e , em situações complexas, podem perder batalhas para o governo, estados e municípios nos tribunais. Isso pode gerar um enorme prejuízo comprometendo o caixa e a dívida da empresa.
É importante antes de investir em alguma empresa descobrir se ela tem algum risco fiscal. Isso pode ser obtido no balanço da empresa, em relatórios da empresa obtidos no departamento de relações com investidores e em fóruns especializados.
Investir em ETF versus investir em valor
O resultado da carteira Bizz Invest difere do Ibovespa muito por conta da estratégia de investimentos adotada que, na minha avaliação, é mais conservadora que o índice.
Ou seja, a carteira Bizz Invest privilegia empresas bem administradas independente da performance delas na bolsa. Uma empresa bem administrada as vezes pode ser “massacrada” por uma especulação momentânea.
Não existe um critério objetivo único para determinar o que é uma empresa bem administrada, geralmente lucros crescentes ou consistentes , dívida controlada, margens crescente e patrimônio idem são características positivas.
A regra é definir o seus próprios critérios a partir de estudos e ser “fiel” a eles.
Não é o preço de uma ação que vai ditar sua decisão de compra e sim se ela está alinhada aos seus critérios, em última instância aos seus valores.
Recentemente fui a um evento e encontrei o meu amigo André Fogaça, fundador do site Guia Invest e um especialista em “value investing”. Conversamos sobre os resultados pífios que o ibovespa vem tendo nos últimos anos e como isto pode estar afastando o pequeno investidor.
Até investimentos mais eficientes como os ETFs (fundos de índice) estão sofrendo, isso porque, esses fundos não podem se abster de ter algumas “ovelhas negras” na família, por exemplo, um ETF que tem como objetivo seguir o índice ibovespa tinha que, obrigatoriamente, até pouco tempo atrás ter a lendária OGX em sua carteira.
Infelizmente o índice ibovespa é composto de ações de empresas boas e empresas ruins, veja aqui a metodologia do índice.
De qualquer forma, para os que desconhecem o mercado de ações, o investimento em ETFs ainda é a melhor opção. No entanto, se você quiser ir para o próximo nível você deve estudar e analisar as empresas, separando as boas das ruins, as promissoras dos “micos”.
Este vídeo do André Fogaça explica melhor isso. Clique aqui para ver.
Renda Fixa
Carteira Bizz Invest SELIC: 12,15%
Carteira Bizz Invest RF: 11,31%
Carteira Bizz Invest INFLAÇÃO: 14,49%
CDI: 10,8%
Depois de “penar” um pouco em 2013, o ano de 2014 foi muito bom para os investimentos em renda fixa. As três subclasses de ativos bateram o CDI com folga. Destaque para os investimentos atrelados ao IPCA (inflação). Como a inflação não deu trégua (continua sem dar em 2015) mesmo com o ciclo de alta de juros os títulos continuam a ter performances consistentes.
Lições Aprendidas
A grande lição de 2014 é ter um dinheiro guardado para aproveitar oportunidades boas que surgem ao longo do ano. No meio do ano tive a oportunidade de investir numa LCI que trouxe bons resultados sem pagamento de IR. Para isso aproveitei a entrada de um recurso e fiz uma espécie de “antecipação” de investimento.
A segunda lição de 2014 é que existem momentos onde é melhor aumentar a exposição em inflação, outros onde é melhor investir em renda fixa e, finalmente, outros onde é melhor investir em SELIC. Foi justamente o que ocorreu no segundo semestre de 2014 onde passei a investir pesado em LFT (Tesouro SELIC) obtendo ótimos resultados.Nota: Um investimento em LFT pode ser substituído por uma LCA ou LCI se você tiver os valores mínimos para esses investimentos (Geralmente você precisa de pelo menos R$ 10.000,00 para uma LCI ou LCA).
O treinamento de tesouro direto da Carteira Rica mostra exatamente como descobrir o melhor título para se investir em determinado momento.
FII – Fundos Imobiliários
Carteira Bizz Invest: -14,54%
IFIX (fundos imobiliários): -2,7%
Os fundos imobiliários “penaram”em 2014, mesmo assim, o desempenho da carteira Bizz Invest foi muito abaixo da média. Há de se confessar que a estratégia adotada em 2014 não trouxe resultados.
Lições Aprendidas
Obviamente e especialmente quando se trata de fundos imobiliários não se pode dar um diagnóstico definitivo baseado no resultado de uma ano. Esses investimentos são para longo prazo e devem ser continuamente avaliados. No entanto, uma grande lição foi aprendida.
A idéia inicial era buscar um fundo que tivesse o “risco” bastante diluído de um gestor conceituado no mercado. Não queria ficar “preso” em um perfil de empreendimento ou setor. Então o investimento foi feito em um fundo de fundos.
O Risco “fiscal”
Assim como nas ações, os fundos imobiliários trabalham “no limite” da lei e isso pode custar caro se houver algum entendimento da Receita Federal de que imposto não foi recolhido corretamente.
Foi exatamente o caso do fundo. Isso comprometeu em aproximadamente 20% a receita do mesmo segundo semestre. Como os fundos são negociados na bolsa os preços desabaram rapidamente.
Trabalhar “no limite” da lei é explicado pelo fato do fundo trabalhar com “taxa de performance”, ou seja, quanto maior a rentabilidade do fundo, mais seus gestores ganham.
Eu particularmente gosto de fundos que trabalham com taxa de administração menor e com taxa de performance, mas não me agrada saber que a tal “performance” foi ganha com um planejamento tributário agressivo. De qualquer forma, num primeiro momento, mantenho meu voto de confiança no fundo. A queda nos preços deixou o fundo relativamente barato (84% do valor patrimonial).
Plano de ação
Eu confesso que tenho um defeito (ou virtude dependendo do seu ponto de vista), não gosto de perder. Já fui bem pior, mas aprender a psicologia do trading lendo os livros do Alexander Elder me ajudou a lidar com isso. De qualquer forma, no caso dos FII eu preciso aprimorar o meu conhecimento.
O que ocorre é que a maior parte (eu diria 95%) das pessoas que investem num determinado produto financeiro ou não conhecem o produto ou tem apenas um conhecimento “conceitual”. Isso é insuficiente, temos de ir atrás dos detalhes do produto e buscar o que chamamos de “contra senso”, ou seja, tomar uma ação mesmo que a mesma seja aparentemente ilógica.
Um exemplo é quando vendemos ações no momento de maior euforia do mercado e quando compramos no momento de maior medo.
Eu vou fazer uma coisa que nunca fiz antes, vou criar um grupo de estudos para FII. Clique aqui para ver como você pode participar.
Dólar
Dólar – 12,55%
Carteira Bizz Invest – 10,28%
A inclusão do investimento em Dólar na carteira de investimentos era algo que estava gerando um certo desconforto, isso porque, até agosto do ano de 2014, eu não tinha feito esse investimento todavia.
Felizmente, em agosto, por conta da conjuntura (existia a possibilidade da oposição se eleger na presidência da república) o Dólar caiu bastante e tive a oportunidade de “entrar”.
Para não perder o barco fiz minha entrada através de um fundo cambial que não é a melhor solução mas é melhor que não fazer nada. Encontrei na minha corretora um fundo com baixa taxa de administração de um gestor renomado que já está a muito tempo no mercado.
O resultado foi excelente considerando apensas 5 meses de investimento.
Lições aprendidas
Ao estudar o curso do Eduardinho de Cambio vi que a estratégia adotada foi, de certa forma, correta. No caso de uma oportunidade deve-se fazer o investimento mas o que não podemos fazer é “casar” com ele, ou seja, a estratégia deu certo mas temos que partir para investimentos que sejam mais eficientes no longo prazo.
Particularmente me agrada muito a idéia de investir em ações nos exterior. Além de se criar uma exposição natural em moeda estrangeira, os mercados internacionais (sobretudo os EUA) tem uma liquidez e quantidade de empresas muito maior do que o nosso ampliando o leque de oportunidades.
Concluindo a lição que fica é abrir a mente para outros investimentos de proteção como ouro, ações no exterior, futuros e até forex.
Conclusão
O caminho para a independência financeira envolve hábitos. Um de cada vez.
No caso desse artigo o mais importante é estimular a formação do hábito de acompanhamento e medição da carteira. Não é difícil e faz toda a diferença no longo prazo.
E você já está acompanhando sua carteira? Quais são suas dificuldades? Comente abaixo.
Um forte abraço!
Christian
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