Dividendos, temos que falar sobre dividendos.
As taxas de juros caíram para, até então inimagináveis 4,5%.
É um número que caiu rápido pegando a maioria dos investidores de surpresa.
Ganhos enormes nos títulos de tesouro direto pré-fixados e corrigidos pelo IPCA foram observados.
Fundos Imobiliários e Ações subiram como foguetes.
Mesmo com essa subida toda, ainda é atrativo investir em empresas que pagam bons dividendos.
Digo mais, investir em empresas que pagam dividendos deve ser parte fundamental da sua carteira.
É, definitivamente, um novo, e, obrigatório, componente de sua carteira previdenciária.
Muitos leitores que chegam aqui, procurando informações sobre previdência privada.
Aliás, o “blog” fez praticamente sua “fama” em torno disso.
A necessidade de ter informações precisas sobre este complexo produto me fez criar uma capacitação exclusiva para os interessados.
Hoje vou ser sincero com você.
Essa capacitação corre risco de existência. Deverá, no mínimo, ser atualizada.
Isso porque, a se manter o nível de juros atuais, não consigo pensar uma carteira previdênciaria que tenha apenas fundos PGBL e VGBL.
Dividendos – A importância na sociedade
A queda das taxas de juros, abre a porta para as empresas irem buscar “sócios” na bolsa de valores.
Isso é fundamental para o crescimento da economia no longo prazo.
Hoje, ao escrever este artigo, estou assistindo uma “live no Instagram” com o Thiago Nigro e o Flávio Augusto(Dono da rede de escolas de idiomas Wise UP e do Orlando City).
Ao ser perguntado qual a maior meta de 2020, Flávio respondeu sem titubear.
IPO
IPO, ou “Initial Public Offering” é o processo de colocar, na bolsa de valores, ações de uma empresa, ou seja, transformar uma empresa “privada” em “pública”.
Não confunda empresa “pública” com “estatal”.
Uma empresa “pública” permite que pessoas físicas como eu e você se tornem “sócios” dela pelo simples ato de comprar ações da mesma.
Esse simples diálogo que captei, há alguns minutos, resume a mentalidade que está começando a brotar nos empresários.
Eles irão financiar a expansão de seus negócios através da obtenção de novos (e muitos) sócios.
Ao ser sócio de uma empresa, você direito a receber dividendos caso a mesma dê lucro.
Essa é a mudança de mentalidade tão necessária no investidor brasileiro.
Sair da mentalidade do “rentismo” que é emprestar dinheiro para os bancos e governo para ganhar juros para um perfil mais empreendedor.
Dividendos – Porque vale a pena
Hoje, um investimento conservador lhe pagará o CDI (aproximadamente 4,5%).
A depender do tempo que você mantém esse dinheiro aplicado, você receberá líquido de imposto de renda algo entre 3,25% e 3,6%.
Ao fazer uma consulta rápida no site Guiainvest encontrei quase 100 empresas que, atualmente, pagam mais do que isso.
Isso depois de o índice Ibovespa sofrer uma brutal valorização de 200% desde março de 2016.
Dividendos ou Crescimento – As estratégias das empresas
Nos EUA as empresas não têm a obrigatoriedade de distribuir dividendos, elas podem usar todo o lucro gerado para crescer o seu negócio.
É o caso da Apple, que ficou muitos anos sem distribuir dividendos.
Seus acionistas, no entanto, nunca reclamaram disso. A capacidade de criação/inovação da empresa simplesmente disparou seu crescimento tornado-a a mais valiosa do mundo com mais de 1 trilhão de dólares de valor de mercado.
É uma decisão estratégica da empresa distribuir o lucro em dividendos ou reutilizar para crescimento. Neste artigo falo um pouco mais sobre investir em empresas de crescimento.
No Brasil as empresas te, por obrigação distribuir 25% do seu lucro líquido como dividendos.
Perfil das Empresas que distribuem dividendos.
Há diversas empresas, cujo setor em que atuam, tem perfil feito para distribuir dividendos.
São empresas que não tem muito por onde crescer, pois, há limitações regulatórias ao seu crescimento.
Concessionárias de serviços públicos (água, luz, telefone…) se enquadram neste perfil.
Suponha que temos aqui uma distribuidora de energia elétrica que atua no estado de São Paulo.
Suponha que ela queira atuar no Rio de Janeiro. Ela não pode simplesmente ir para lá e começar a operar.
Ela precisa de uma concessão para isso.
Essas concessões geralmente são de longa duração (25, 30 anos) para justificar o investimento das empresas ganhadoras.
Então não é fácil para uma concessionária de serviços públicos crescer, só via aumento da população de suas áreas de atuação, ou seja, um crescimento orgânico.
Ela só cresceria de forma significativa via aquisição de novas áreas de atuação nos leilões ou via aquisição de outras empresas que são eventos menos frequentes.
Então, com uma gestão eficiente, a concessionária pode gerar ótimos lucros e fluxo de caixa constante.
Sem destino específico para dinheiro, uma vez que a maioria dos investimentos em infraestrutura para operar já foram feitos, resta a empresa distribuir a maior parte de seu lucro na forma de dividendos.
Outras empresas, que atuam em mercados maduros e, com liderança consolidada, também tem perfil forte de distribuição de dividendos.
Dividendos x Juros sobre capital próprio
Se você já investe em ações, pode ter percebido que recebeu algo chamado Juros Sobre Capital Próprio (JCP) além dos dividendos normais.
Mas, porque, às vezes, recebemos JCP e não simplesmente dividendos?
Trata-se de importante mecanismo de planejamento tributário das empresas.
Em 26/12/1995, via lei 9.249, foi criado juros sobre capital próprio.
A partir desta data, a empresa pode, de certa forma, pagar uma espécie de “juros” sobre o capital do acionista. O índice máximo que se pode remunerar o acionista é a TJLP (hoje são 5%).
Importante frisar que o JCP é tributado na fonte em 15%.
Para explicar o funcionamento do JCP (e sua vantagem tributária) vamos propor um exemplo.
Suponhamos que uma empresa tenha um patrimônio líquido de R$ 1 milhão e tenha projetado um lucro antes de impostos de 200 mil.
Assim sendo pagará um imposto de 34% em cima desse lucro, aproximadamente R$ 68 mil. Os R$ 132 mil restantes poderão ser distribuídos como dividendos.
Pela regra do JCP, de uma forma simplória, a empresa poderia distribuir até 5% (valor da taxa de juros de longo prazo) de r$ 1 milhão aos acionistas, ou seja, R$ 50 mil. Além disso, esse montante pode ser deduzido do dividendo obrigatório de 25%.
A vantagem é que este valor pode ser lançado como despesa financeira reduzindo o lucro líquido e o imposto a pagar.
Em nosso exemplo acima, suponhamos a distribuição de R$ 50 mil de JCP. O lucro da empresa cairia para R$ 150 mil e o imposto a pagar para R$ 51 mil gerando um líquido de R$ 99 mil.
Assim o total de remuneração que poderia ser paga ao acionista seria:
- 35 mil (50 mil menos 15%) líquido de JCP;
- 99 mil de dividendos.
Totalizando R$ 134 mil, ou seja, um pequeno ganho para o acionista.
Dividendos – Conclusão
Com a economia brasileira evoluindo as empresas começarão a apresentar bons lucros em seus balanços.
Esses lucros irão definitivamente se converter em dividendos para os investidores.
Mas a principal coisa que pode ser vista a longo prazo é realmente de quebrar paradigmas.
A substituição do perfil das carteiras previdenciárias de renda fixa e juros para dividendos.
A pergunta é, como montar uma carteira de dividendos para longo prazo que te remunere todo mês?
Recentemente tive acesso a um ótimo mapa de dividendos que justamente mostra quando as empresas costumam fazer suas distribuições de dividendos e JCP.
Então minha recomendação é baixar esse mapa e começar a, paulatinamente, montar a sua carteira previdenciária de dividendos.
Um Abraço!
Christian
Deixe um comentário