Introdução
Em vários artigos de educação financeira (e em economia em geral) fala-se em economizar, gastar menos do que se ganha, cortar custos, não gastar dinheiro à toa, não gastar o que você não tem e mil e outros hábitos que devemos seguir para sairmos da ciranda do endividamento e, basicamente, sermos felizes (ou não)! Não estou falando que esses hábitos não devam ser seguidos, mas cortar custos por cortar não vai resolver a questão no longo prazo. Demos “racionalizar” custos e não “racionar”. Mas qual é a diferença? A resposta está em algo muito importante para todos nós, a percepção de valor.
A percepção de valor
Com o fácil acesso que temos a produtos e serviços de todos os tipos fica difícil não “embarcar” numa “furada” de vez em quando. Às vezes eu me sinto com um esquiador fazendo slalon. O pior é que, muitas vezes, estamos realmente precisando de um produto ou serviço mas somos tão abarrotados de ofertas que já não sabemos mais o que gera valor ou não, e esse é o nosso maior desafio, a necessidade de termos a percepção de valor em tudo que adquirimos. Quantas vezes já não pagamos mais barato num produto que não agregou valor nenhum? Gosto de citar o smartfone como exemplo, podemos comprar um que é R$ 200,00 mais barato para depois descobrir que a tela “touch” não é eficiente tornando a experiência de uso péssima e ineficaz. O que pode acontecer? Você vender o smartfone no mercado livre pela metade do preço e gastar os R$ 200,00 a mais no smartfone que realmente geraria o valor que estávamos esperando.
A velha história do cafezinho diário
Quem já não escutou a história de que, se deixarmos de tomar o cafezinho diário depois do almoço, podemos, em 20 anos, juntar uma bela quantia, na minha simulação foi R$ 25.000,00 assumindo R$ 3,00 a xícara do expresso, 250 dias úteis no ano e uma taxa de juros anual na casa dos 5%. Uma bela quantia mas você terá a disciplina para eliminar este hábito para o resto de sua vida, já que este cafezinho faz parte da sua vida social? Na verdade, podemos dizer que realmente não precisamos daquele cafezinho todos os dias mas pode ser que, em alguns dias (20% do total), se precise daquele cafezinho para “animar” (Nota: Antes que falem você pode substituir o cafezinho pelo chá verde). Então a dica é, não se prive do cafezinho se você estiver realmente precisando dele para produzir mais, isso se chama percepção de valor.
O princípio de Pareto pode nos ajudar
Com uma perspicaz observação, Vilfredo Pareto simplesmente mudou o mundo. Ele percebeu que 80% das terras da Itália pertenciam a 20% da população, neste momento se construiu o alicerce para uma das mais importantes teorias existentes hoje em dia, o princípio de Pareto ou a regra do 80-20. Em suma 80% dos efeitos tem explicação por 20% das causas. A analogia do princípio de Pareto com a percepção de valor é fantástica. Olhe em sua casa, você perceberá que apenas 20% de seus pertences atendem 80% de suas necessidades. Faça este exercício, quando você comprar algo pense se este pertence estará nos 20% dos seus pertences que resolvem 80% de suas necessidades.
Dois exemplos pessoais
Recentemente comprei dois produtos, um tablet para substituir o meu Kindle já que o mesmo quebrou a tela pela segunda vez (desta vez fora da garantia). Fiz uma pesquisa extensa e avaliei muito o custo-benefício já que só o queira para ler e-books. Depois de muito testes comprei o famigerado gadget mas me enganei feio, a experiência de leitura no mesmo nem chega perto ao que estava acostumado no Kindle. Agora o mesmo está a venda e já estimo um prejuízo de 100 reais nele, assim sendo, o gadget hoje faz parte dos 80% dos aparelhos da minha casa que não atendem 20% das minhas necessidades.
O segundo produto foi um headfone. Estava lendo um artigo do ótimo blog viverdeblog.com do meu colega Henrique Carvalho onde ele mostra o seu ambiente de trabalho e vi que ele fazia uso de um headfone, pensei, é justamente o que preciso para me “isolar” do mundo enquanto escrevo. Fiz o processo de pesquisa, experimentei bem os diversos modelos e comprei um bastante confortável, o Sony MDR-XB600, caso queiram conhecer segue o link do site da sony. Neste caso o “casamento” foi perfeito e eu e o Headfone somos como “unha e carne”. Ele certamente está na lista dos 20% dos pertences que atendem a 80% das minhas necessidades.
Um exercício para racionalizar nas compras
Aqui vai uma dica para realmente gastar menos, antes de partir para a compra de um produto ou serviço, escreva (ou pense) na sua necessidade, isso vai lhe ajudar a descobrir o produto certo para você. Uma descoberta a necessidade pesquise o produto que tiver a maior aderência a sua necessidade. Se preocupe com o valor mas nem tanto, as vezes é melhor gastar 20% a mais num produto que vai gerar 100% mais valor. Uma vez escolhido o produto ai sim é importante pechinchar até a exaustão. As vezes um boa pechincha gera um desconto que deixa o preço quase igual a do produto mais barato mas que não gera valor.
Conclusão
Racionalizar (e não racionar) custos é, no meu modo de ver, uma das mais poderosas ferramentas da educação financeira, se bem aplicada é capaz de gerar sólidos resultados no longo prazo principalmente pela percepção de valor, pode soar um pouco subjetivo mas quem não tem uma enorme satisfação em comprar um produto e utilizá-lo todo dia? Quem não deseja fazer um curso ou ler um livro que ensina algo e aplicar imediatamente os conhecimentos? Isso é percepção de valor, e tem que ocorrer sempre, se este artigo não gerou valor para você é algo que tenho que melhorar pois você me “pagou” dois ou três minutos do seu tempo para lê-lo, por isso peço o seu feedback, o que você acha deste artigo ou da percepção de valor? Comente abaixo!
Um abraço!
Christian
Imagem de Shutterstock
Carlos diz
Olá Christian. Ótimo artigo! A idéia da percepção de valor seria o resultado da análise de custo-benefício, não? Abraço
Carlos Pinto
Bizz Invest diz
Olá Carlos!
Obrigado pelo elogio!!
Espero que esteja gostando dos artigos do blog!
A análise do custo-benefício é uma poderosa ferramenta, ao utilizá-la, suas chances de adquirir um produto que realmente lhe agregue valor aumentam, mas deve ser feita de forma individualizada pois
o produto e/ou serviço que tem o melhor custo benefício para você pode não ter para o seu vizinho. Uma revista especializada em notebooks pode testar 10 modelos e eleger um deles com o melhor custo benefício não significa que o mesmo seja o melhor para você, para sua necessidade
específica. Outra “crença” que as pessoas tem é achar que o melhor custo benefício esta “no meio”, às vezes o produto mais caro pode ser o que tem o melhor custo benefício, assim como, às vezes, o mais barato pode o melhor.
Um Abraço!
Christian
Carlos diz
Olá Christian. Ótimo artigo! A idéia da percepção de valor seria o resultado da análise de custo-benefício, não? Abraço
Carlos Pinto
Christian Fernandes diz
Olá Carlos!
Obrigado pelo elogio!!
Espero que esteja gostando dos artigos do blog!
A análise do custo-benefício é uma poderosa ferramenta, ao utilizá-la, suas chances de adquirir um produto que realmente lhe agregue valor aumentam, mas deve ser feita de forma individualizada pois
o produto e/ou serviço que tem o melhor custo benefício para você pode não ter para o seu vizinho. Uma revista especializada em notebooks pode testar 10 modelos e eleger um deles com o melhor custo benefício não significa que o mesmo seja o melhor para você, para sua necessidade
específica. Outra “crença” que as pessoas tem é achar que o melhor custo benefício esta “no meio”, às vezes o produto mais caro pode ser o que tem o melhor custo benefício, assim como, às vezes, o mais barato pode o melhor.
Um Abraço!
Christian
Christian Fernandes diz
Olá Carlos!
Obrigado pelo elogio! Espero que esteja gostando dos artigos do blog!
A análise do custo-benefício é uma poderosa ferramenta, ao utilizá-la, suas chances de adquirir um produto que realmente lhe agregue valor aumentam, mas deve ser feita de forma individualizada pois o produto e/ou serviço que tem o melhor custo benefício para você pode não ter para o seu vizinho. Uma revista especializada em notebooks pode testar 10 modelos e eleger um deles com o melhor custo benefício não significa
que o mesmo seja o melhor para você, para sua necessidade específica. Outra “crença” que as pessoas tem é achar que o melhor custo benefício esta “no meio”, às vezes o produto mais caro pode ser o que tem o melhor
custo benefício, assim como, às vezes, o mais barato pode o melhor.
Um Abraço!
Christian
Mi Amaral diz
Oie, Chrstian. Gostei também do artigo e concordo com você. É o que dizem o barato, às vezes, saí caro. Porém, grande parte do povo brasileiro ainda não para para pensar no que realmente precisa ou que deseja (ou seja não-consciente). Mas no exemplo que você deu, em ambas situações foi uma compra consciente, mas o produto não atendeu as expectativas, isso acontece…
Parabéns pelo artigo, você escreve muito bem.
Bizz Invest diz
Obrigado Mi Amaral pelo Elogio!!
E isso ai! O importante é sempre fazer o exercício do custo benefício e da percepção de valor. Às vezes não vai dar certo mas a maioria dará.
Um Abraço,
Christian
Mi Amaral diz
Oie, Chrstian. Gostei também do artigo e concordo com você. É o que dizem o barato, às vezes, saí caro. Porém, grande parte do povo brasileiro ainda não para para pensar no que realmente precisa ou que deseja (ou seja não-consciente). Mas no exemplo que você deu, em ambas situações foi uma compra consciente, mas o produto não atendeu as expectativas, isso acontece…
Parabéns pelo artigo, você escreve muito bem.
Christian Fernandes diz
Obrigado Mi Amaral pelo Elogio!!
E isso ai! O importante é sempre fazer o exercício do custo benefício e da percepção de valor. Às vezes não vai dar certo mas a maioria dará.
Um Abraço,
Christian
Weslei Barbato diz
Olá boa noite, Christian
Seu artigo é muito interessante sim! ele também pode ser aproveitado para o seguimento acadêmico, em uma das partes da administração no seguimento de compras que é um processo extenso e exaustivo! Caso venhamos em um futuro breve a fazer compras de coisas que atendam 80% das nossas necessidades logo menos não teremos consumo desenfreado e uma desinflamação! rssrs
Bizz Invest diz
Olá Weslei!
Obrigado pelo comentário!
Um caso notório é o do povo Japônes, talvez o povo mais “poupador” do planeta. O Banco central local tem dificuldades em estimular a economia mantendo assim a taxa de juros próxima de zero (hoje está em 0,1%).
Um Abraço!